Sasuke Retsuden: Os Descendentes Uchiha e a Poeira Estelar - Capítulo 05

 Capítulo 05

 

Quatro dias depois do mensageiro ter chegado, Sakura recebeu um falcão de Kakashi. Parece que o Primeiro-Ministro de Redaku invadira a vila de Nagare com a ajuda da rainha Manari.

 

Por outro lado, o irmão da rainha, Nanara, foi contra esse movimento e decidiu realizar um golpe para assumir o reinado. Kakashi dizia que pretendia apoiar Nanara. Mas então o embaixador do Primeiro-Ministro havia falado com Zansur sobre um “progresso" — respondendo ao mensageiro que ele seria capaz de enviar "força" imediatamente. Naturalmente, as forças que Zansur havia comentado seriam destinadas a ajudar o exército do Primeiro-Ministro. Mas onde estava esse poder, num Instituto tão ao norte, de que ele falou?

 

De qualquer forma, Sakura havia compilado um breve resumo do que eles sabiam no momento para Kakashi, a resposta sendo amarrada na perna de um falcão cujo pescoço estava enrolado com um pano vermelho. O bico do falcão se abriu, berrando sobre sua insatisfação por não conseguir descansar.

 

Ele foi alimentado com um pedaço de carne seca como recompensa por seu trabalho duro, em seguida, voltou para Kakashi. Com isso, Sakura foi para o refeitório a pé, apenas a tempo para o jantar. Uma fila de prisioneiros se adiantava de onde a comida estava e se esticava no corredor onde ficavam as mesas. Sakura queria dizer a Sasuke sobre a informação que havia transmitido para Kakashi, mas ela não o vira em lugar nenhum. Ignorando os olhares indiscretos dos prisioneiros, sentou-se em um assento ao lado da janela, encostando seu rosto na borda — com uma de suas palmas abaixo do queixo. Havia muitas coisas que ela não entendia.

 

A relação entre Zansur e o Primeiro-Ministro. A “força” que Zansur havia comentado. O significado do mapa astronômico com doze constelações. As galinhas encontradas no porão por Sasuke e as pedras empilhadas perto da parede; mesmo que ela tivesse coletado essas informações fragmentadas desses eventos, tudo num total era difícil de ignorar. Talvez não houvesse nada com que se preocupar no segundo porão. E se a criação de galinhas e aquelas esculturas fossem simplesmente hobbies de Zansur? Não, de jeito nenhum.

 

"Eu não sei…”, Sakura disse para si mesma.

 

“Doutora, posso sentar aqui?”, um homem mais velho, que se encostava na cadeira oposta a ela, tirou-a de seus devaneios.

 

"Claro. Vá em frente”, era Ganno; o homem que vivia pintando as unhas na mesma cela que Sasuke.

 

Ganno olhou para a paisagem lá fora enquanto se servia de uma xícara de chá do bule escuro na mesa.

 

"O sol já está se pondo”, respondendo à conversa fiada, Sakura respondeu com um “Sim".

 

O raio de luz do sol vermelho da janela sobre a mesa era tão brilhante que parecia que você poderia agarrá-lo com as mãos.

 

"Há muito tempo pensei que o anoitecer era o resultado do sol se pondo”, Ganno disse, olhando pela janela, ”Mas eu acho que eu estava errado. A terra em que estamos vivendo, gira livremente para se afastar do sol. Eu costumava pensar que era o céu que estava se movendo… E eu fiquei surpreso quando soube da verdade. Infelizmente, no mundo, os humanos se consideram o centro de tudo”, Ganno gentilmente estreitou os olhos, olhando para a mão de Sakura, ”Doutora, hoje você está usando um anel. Você é casada?"

 

"Sim. Mas eu removo a aliança durante o trabalho, pois me impede de fazer algumas coisas" , ela respondeu simplesmente.

 

"Se eu trabalhasse em um lugar como este, seria bastante difícil não ir para casa"

 

"Sim..." Nós não seríamos capazes de nos ver com tanta frequência caso eu não trabalhasse aqui. Sakura pensou.

 

"Que tipo de pessoa é seu marido?"

 

"Ele é gentil”, Ela pretendia dar uma resposta segura e honesta, mas tinha muito mais a dizer, então Sakura acrescentou: "Ele é uma pessoa muito genuína”, ela falou com carinho sobre o quanto ele significava para ela, negligentemente esquecendo que Ganno não sabia quem era seu marido de qualquer forma, ”Às vezes, ele é muito simples e franco, causando problemas para si e para as pessoas ao seu redor. Quando ele pensa, ele sempre vai de um extremo ao outro... Porém é uma qualidade dele. Ele também é sempre tão descolado e bonito, mas nunca se aproveitou disso. Por essa razão, meu marido nunca fez ideia do quanto as pessoas gostam dele, até mesmo aqui. E então, eu fico preocupada.”

 

"Eu vejo, Sasuke é um cara de sorte."

 

—GONN!

 

O queixo de Sakura escorregou de onde estava descansando em sua palma, e o rosto dela bateu na mesa. Ganno se divertiu com o olhar em seu rosto, e soltou uma risada.

 

“O-o quê? Sasuke-kun... Ah, espere, não, eu quis dizer meu marido…”

 

“Heh, esse cara... Ele está sempre sentado naquele banco e fica só olhando para fora. Desde que você veio, isso não tem sido o caso recentemente. Eu sempre estive me perguntando o quê Sasuke tanto olhava. Mas agora eu finalmente sei... Ele devia se perguntar quando as flores iriam florescer naquela árvore ali.”

 

“Huh, flores? Bem, na verdade, mais do que isso, por que você acha que meu marido é o Sasuke Kun…?”

 

“Você tem uma linda cor de cabelo. Tome cuidado”, Ganno sorriu como um pai orgulhoso de seus filhos e foi embora sem dar mais explicações.

 

A cabeça de Sakura ainda estava cheia de perguntas não respondidas. Meu cabelo? Por que meu cabelo...? Enquanto olhava confusa para as costas de Ganno, ela encarou a janela e viu a árvore que Ganno mencionou.

 

Há apenas uma com flores. Uma pequena delas que floresceu um pouco sobre uma modesta copa de árvore. As pétalas de cor rosa pálido eram muito pequenas e se perderiam se você piscasse. Ela olhou por um tempo e finalmente percebeu o que Ganno quis dizer, e logo em seguida ficou completamente vermelha.

 

Sasuke estava esperando a flor de cerejeira florescer.

 

Para ser mais específico, parecia ser uma espécie de amendoeira doce que florescia nas terras altas, e não flores de cerejeira. Era um pouco óbvio no entanto, pois flores de cerejeira certamente não floresciam neste tipo de clima. Mas Sakura voltou ao consultório médico com um sorriso de satisfação no rosto, rindo quando viu sua expressão refletida no vidro, aonde o canto da sua boca estava curvada. Talvez possa ser um mal-entendido de Ganno, mas se Sasuke-kun pensasse em mim enquanto olhava para as flores de cerejeira, eu ficaria muito, muito feliz.

 

Pela mesma razão, Sakura também colocava suas flores favoritas em sua mesa de trabalho. Uma camélia que acabara de brotar foi retirada do pátio do Instituto e estava agora numa garrafa. Eu lembro de Sasuke quando olho para uma camélia. Uma flor que tem apenas duas opções: florescer resistente ou murchar. Eu acho que é tão parecido com os pensamentos extremos dele.

 

A garrafa com a planta era refletida pela luz laranja do sol poente. O sol vai se pôr em breve.

 

Ou não... Como Ganno disse, talvez era o céu que se movia.

 

Mesmo sabendo que isso era impossível, de repente ela sentia que o sol estava se esvaindo. Sakura riu pesarosamente, pensando que esse tipo de coisa a faria desqualificada para ser médica. Para os cientistas, incluindo os médicos, é muito importante ver as coisas objetivamente sem nenhum tipo de subjetividade.

 

Nesse sentido, o comportamento de Tataru, que descrevia as constelações com desenhos associados a um cão-guaxinim ou a um macaco do Hoshinarabe, não parecia muito verídico. Aquilo era só uma expressão sem significado astronômico, porque a matriz de estrelas vistas da Terra parecia ser um cão-guaxinim ou uma tartaruga.

 

No entanto, Sakura sentia que poderia entender os sentimentos dos astrônomos que ligavam as estrelas umas às outras de uma maneira divertida e associavam a forma dos animais. É provavelmente a mesma sensação que Sakura sentia quando conectava os pontos nas células cultivadas em placas de petri para formar algum desenho. Enquanto enfrentava cada dia, para salvar-se da monotonia, ela fazia isso por diversão.

 

Mesmo que a outra parte seja material inorgânico, são seres humanos com subjetividade que faziam esse tipo de observação. Certamente seria a mesma razão pela qual o selo de Konoha estava ligado aos 12 quadros do zodíaco. Sakura tentou unir as mãos na frente de seu peito para formar o selo de mão "rato". O selo de mão não tinha nada a ver com o animal rato em si. No entanto, não ter um nome para esses selos de mão seria inconveniente, então o primeiro ninja simplesmente chamou isso de "ne” (rato) por conveniência. Havia 12 formas básicas de mão para criar jutsu, então parece justo caber nos 12 animais do zodíaco também.

 

Pensando nisso, Sakura de repente levantou o olhar. Zodiaco... Doze?

 

“Ah!”, seu impulso de levantar-se era forte o suficiente para chutar a cadeira atrás dela — Sakura correu para fora do consultório médico. O céu ao entardecer estava cheio de nuvens nebulosas violetas.

 

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Sasuke foi encarregado de colher anko de damasco e outras frutas, e também foi autorizado a sentar-se sobre as telhas de tijolos no telhado.

 

“Se a patrulha te ver comigo, seria inevitável que você se envolvesse em algum tormento, você sabe…", Jiji pegou uma fruta da montanha de galhos e folhas que estava na frente de seus olhos — torcendo a pequena fruta que tinha amadurecido, descascando cuidadosamente para que a pele não se desprendesse.

 

Jiji pegou a fruta, e Sasuke que era hábil com uma mão, poliu a pele empoeirada com um pano. Era Jiji e ele no telhado do prédio principal. Eles estavam no meio do trabalho ordenado pela patrulha. Sasuke, que ainda era o alvo dos guardas, não teve escolha na questão, é claro; mas o outro, Jiji, que muitas vezes fazia par com Sasuke, foi escolhido como um bônus.

 

“Este é o que foi trazido da capital. Árvores de damasco não crescem por aqui”, Jiji comentou.

 

"Ah, claro. Eu me pergunto se eles são distribuídos regularmente no Palácio Real"

 

"Damasco não é algo que é colocado em nossas refeições. Eu acho que estas são apenas para o diretor ou um guarda. Bobagem" , Jiji disse entediado.

 

"Coma agora”, então Sasuke pegou um damasco da pilha dos polidos e jogou em sua boca.

 

“Você... Não desiste. Se você for pego pelos guardas, provavelmente será espancado de novo”

 

Sasuke não estava prestando atenção ao conselho de Jiji que mastigava a fruta com os dentes de trás. A acidez era bastante forte devido ao clima, fácil de comer para Sasuke, que não era fã dos alimentos doces. Jiji se levantou, esticando os ombros e braços rígidos. Sasuke virou o olhar para um cenário distante. Era uma montanha alta. Como um diagrama feito apenas de areia, as pedras nuas cruzavam como um arabesco geométrico. Ele achava que o cenário de cores banhava muita luz, e notou que o sol laranja tocando o pé do penhasco — onde Instituto estava construído — refletia a luz como uma jóia.

 

Não, ele não conhecia nada ali no Instituto que refletisse tanto assim o céu.

 

"Existe um lago perto deste lugar?”, Jiji olhou para onde a linha de visão de Sasuke estava.

 

"Oh, há um pequeno lago, mas também tem muitas pessoas que não sabem sobre isso. É transparente, sem peixes, sem nada. Piscinas de água da chuva em crateras feitas na pedra há muito tempo... Parece que a água se acumulou de novo por lá”

 

Crateras... Como de um meteorito. Sasuke foi até a beira do telhado e olhou para baixo... O lago cercado por curvas como as de uma pêra brilhava à noite, refletindo na cor do céu noturno, e espelhando as nuvens que estavam quietamente aninhadas acima. Parecia como se o céu noturno tivesse escorrido e derramado diretamente na terra.

 

Espera... Céu?

 

"É um pouco avermelhado por causa do pôr-do-sol, mas quando se olha para isso durante o dia, é de um azul puro e bem bonito. Você não seria capaz de diferenciá-lo do céu”

 

“Jiji…”, Sasuke apertou o galho de damasco que ainda estava em sua mão “Eu preciso que você termine meu trabalho, meu estômago está doendo”

 

“O quê?!”, Jiji disse.

 

“Eu farei o seu próximo dever que é o de cozinhar”, ele cumpriria com o que foi dito, e nisso Sasuke saiu.

 

"Ei, aonde você está indo!?”, Jiji continuou seu protestos.

 

Pensamentos flutuavam na cabeça de Sasuke. Eu preciso deixar Sakura saber o mais rápido possível. Um dos mistérios do mapa astronômico foi resolvido.

 

“AHHH!", assim que chegaram ao patamar da escada, Sasuke esbarrou em Sakura que segurava papéis em suas mãos. Ambos estavam fora de vista um do outro, então suas cabeças estavam quase em perigo de colidir. Ambos recuaram com seus reflexos no último momento.

 

“Sasuke-kun, você estava certo!”, Sakura estava animada e pegou o braço de Sasuke, ”O mistério do mapa astronômico foi resolvido"

 

“O quê?”, ela puxou o braço dele, trazendo-o para um quarto vazio. Os dois ficaram lá sozinhos. Sakura falou: "Você se lembra? O Sábio dos Seis Caminhos dividiu as partículas polares em duas, uma estava escondida nas 'estrelas que orbitavam’ e a outra estava escondida ‘entre o céu e a terra’, essa frase...”

 

“Sim”, Sasuke assentiu.

 

Havia uma descrição no livro obtido por Kakashi. Metade das partículas polares estavam escondidas no céu e caia no chão, e a outra metade estava escondida nas estrelas que continuavam se movendo. Se você quisesse saber onde procurar, brinque com o mapa astronômico.

 

“O Sábio de Seis Caminhos é o ancestral do chakra. Pensar que o ninjutsu foi usado para esconder as partículas polares é óbvio. E para usar o ninjutsu, você precisa formar um selo de mão. Em outras palavras... Escondido naquele mapa, estava uma dica de que precisamos de algum selo para obter as partículas polares!” Dizendo isso, Sakura pegou um pedaço de papel do bolso e colocou-o na mesa. Um memorando escrito na caligrafia dela, "Olhe para isso. Os números foram atribuídos ao zodíaco e as constelações organizadas em ordem cronológica desde o início":

 

1 - rato / cão-guaxinim

2 - boi / gato

3 - tigre / tartaruga

4 - lebre / macaco

5 - dinossauro / cavalo branco

6 - cobra / rã e lesma

7 - tromba de cavalo / cavalo

8 - Carneiro / vaca

9 - macaco / fogueira

10 - pássaro / gigante

11 - cão / pastor

12 - javali / homem velho

 

“Entendo... 12 constelações e 12 animais do zodíaco”

 

Sakura traçou as letras alinhadas com seu olhos e Sasuke assentiu com convicção. A razão pela qual o pastor e o velho foram acrescentados às dez espécies de animais nas ilustrações era para combinar o número com os 12 animais do zodíaco.

 

"Mas isso sozinho não lhe dá um selo específico”, Sasuke murmurou.

 

"Eu tenho outra sugestão. Hoshinarabe"

 

"Hoshinarabe?" Sasuke repetiu.

 

“‘Brinque com o mapa astronômico’, você não acha que esse texto é engraçado? As fotos do mapa só têm constelações desenhadas sobre elas, mas é por isso que você pode brincar com elas... Talvez Hoshinarabe fosse originalmente parte de tudo isso. Veja... A caixa com o Hoshinarabe é muito grande, tem muito espaço sobrando”

 

Ela tinha razão sobre a caixa ser relativamente grande. O grande Mapa Astronômico muito provavelmente caberia dento.

 

“A ‘estrela’ é a combinação de cartas mais fortes em Hoshinarabe, e a segunda combinação mais forte é a ‘terra’! Talvez as ‘estrelas’ sejam as ‘estrelas que nunca caem’ e a ‘Terra’ é ‘para debaixo da Terra’”

 

“Isso faz sentido…", Sasuke desenterrou da memória o jogo que Sakura havia jogado com Penjira.

 

“Com certeza a 'estrela’ seria a combinação de cavalo branco, pastor, fogueira, gato, gigante e a tartaruga. Você pode obter partículas polares tecendo os doze sinais de mão correspondentes a essas seis peças”

 

Cavalo branco, o pastor, gato, fogueira, ogro/gigante, tartaruga - se você aplicar os 12 animais do zodíaco de acordo com as notas feitas por Sakura, juntamente com as seis cartas que compõem a combinação ‘Estrela’, dinossauro – cachorro – boi – macaco – pássaro - tigre. No caso da ‘Terra’, boi – macaco – rato – cobra – tigre – javali, esses poderiam ser os sinais para obter as partículas polares”

 

“Isso resolve o mistério do mapa da constelação. Ficou claro o que devemos fazer.”

 

O memorando foi traçado com um dedo e Sakura continuou com uma expressão séria,

“Mas eu não sei para onde devemos ir. 'para debaixo da terra' e 'estrelas que nunca caem’, o que cada um deles aponta?”

 

“‘Para debaixo da Terra’, eu tenho uma boa idéia de onde é”

 

"Então é isso... Espera, O QUÊ?”, Desde que Sasuke falara aquilo sem hesitação, a expressão de Sakura tinha esgotado quando ela levou um momento para compreender, e então depois de ter entendido tardiamente, ela levantou o rosto em pânico, “Como assim você tem uma idéia?”

 

Sasuke olhou para o rosto de Sakura — com os olhos arregalados de surpresa.

 

"Hoje à noite, eu vou buscá-la depois que as luzes se apagarem”, o encontro deles havia encerrado, então Sasuke rapidamente saiu do quarto.

 

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A noite clareou e ele podia ver estrelas. Na hora prometida, Sasuke bateu no vidro do consultório médico.

 

“Siga-me”, com suas palavras curtas, ele saltou do prédio alto, chegando ao chão. Ele olhava de volta para ela assim que podia. Sem nem precisar saber o porquê, ela rapidamente tirou o avental de laboratório e pulou pela janela, voando atrás dele. Ela cruzou a cerca, descendo o penhasco atrás do local, aterrissando até a área de uma rocha. Por um momento, seu campo de visão clareou.

 

Antes de chegar ao seu destino, apareceu uma pequena cratera que lá se formava um lago. Sakura parou e ofegou.

 

“Wow...!", A superfície calma da água refletia o céu noturno como um espelho. Sakura esquecendo-se de respirar, admirava a beleza das luzes espelhadas na água.

 

“É chamado Lago Rokuriku em homenagem ao nome do Sábio dos Seis Caminhos. ‘nascendo da Terra’... Literalmente, no sentido do céu estrelado estar acima da terra, não haveria um lugar mais adequado."

 

A explicação de Sasuke fez total sentido na sua cabeça. Quando a água do lago azul acolhia todo o céu noturno, a lua e sua sombra em forma de coelho se assentavam no lago como uma âncora. A água balançava suavemente em cada borda do lago.

 

Tudo naquele lugar era calmo e modesto, e aquilo a fazia refletir do porquê havia um lugar como este atrás do laboratório. Para começar, havia pouquíssimas oportunidades de sair do consultório médico, então ela nem sabia que havia um lago, muito menos um céu estrelado como aquele acima de sua cabeça todas as noites.

 

“É tão lindo…”, ela murmurou.

 

Sasuke sorriu e observou o perfil de Sakura, seus olhos brilhando como de uma criança. "Eu queria mostrar isso para Sarada também”, ele disse.

 

"Sério? Aquela garota... Recentemente, ela tem ficado mais curiosa sobre o universo. Outro dia eu a levei para uma exposição no Instituto de Ciências também. Mas aquela menina, lendo sobre a lua e as estrelas o tempo todo... Ah, ela iria amar!"

 

Existia alguma coisa como isso?

 

Sasuke estendeu a mão para tocar a de Sakura.

 

Ele sentiu que as pontas dos dedos dela, que eram sempre expostas ao ar livre, estavam mais frias, ligeiramente mais finas do que aquelas em sua memória. Tantos momentos que ele havia perdido, apenas por não poder estar junto.

 

Mesmo que ela não tivesse um anel ou que talvez não pudessem estar sempre juntos... Sakura ainda era sua esposa e sua família. Ele certamente pensava assim, pois era algo que seu melhor amigo havia lhe ensinado há muito tempo atrás.

 

O mais importante era o laço. O seu vínculo com Sakura, não havia distância que quebrasse. Mesmo não se vendo todos os dias...

 

Você é uma parceira insubstituível.

 

Mas…

 

Mesmo que ele pensasse isso, de vez em quando, ele ainda se sentia inesperadamente solitário. Especialmente quando estava em alguma missão de grande prazo e não voltava para casa por um longo tempo. Ele não podia ouvir a voz dela quando queria ouvir, e ela não estava ao seu lado quando queria tocá-la. Em tal situação, um anel, um vínculo em sua forma física, talvez fizesse com que esse sentimento de solidão se tornasse um pouco mais fácil.

 

“Sakura", Sasuke falou, sem jeito.

 

"O anel... Outro... Que não será feito de chakra... Quando eu voltar para a aldeia... Vai ser um normal”, embora as palavras de Sasuke fossem todas faladas fora de ordem, Sakura entendeu o significado — pensando por um momento.

 

"Hmmm... Eu quero isso. Mas, bem, talvez não combine com minhas mãos”, rindo de nervosismo, seu sorriso aumentou quando ela ergueu a palma da mão para o luar. A esterilização contínua deixara suas mãos ásperas, e isso era um testemunho de que Sakura ajudara muitos pacientes.

 

As mãos de Sakura eram o orgulho de Sasuke. Quando ela estava no trabalho, ele amava quando os olhos dela ficavam sérios, sem aviso prévio. Suas mãos eram sempre gentis enquanto ela tratava de uma área infectada, e a maneira com que ela levemente revirava as mangas antes de infundir o chakra…

 

Após os exames, ela sempre tomava notas para si, além de escrever no prontuário. Toda vez que ele a via com entusiasmo depois de ter feito alguma pesquisa, ele ficava feliz em saber que ela também estava trabalhando no desenvolvimento da vila de uma maneira diferente dele.

 

“Eu…”, Sasuke disse lentamente, olhando para o lago na frente dele. “Eu nunca senti medo da possibilidade de ter alguém que pudesse ser capaz de tomar o meu lugar... Enquanto eu estava fora. Nem uma única vez"

 

“Certo…”, Sakura deu um pequeno aceno de cabeça, para que ele continuasse.

 

"Mas às vezes... É frustrante pensar nisso. Quando eu volto depois de um longo tempo e Sarada está muito mais alta ou então seu penteado muda"

 

“Eu penso sobre isso também. Como… Quando Sasuke-kun começou a ter rugas?"

 

“Eu tenho rugas?"

 

“Quando você ri, eu as vejo fracamente."

 

"Você não muda”, Sasuke tocou um dos olhos de Sakura com o polegar, "Tudo bem para mim se você tiver rugas"

 

“Eh?”, ela riu como se fosse assim tão fácil, seu olhar se deslocando para baixo, "O que deu em você? Alguém disse alguma coisa?"

 

"Eu só queria te dizer isso"

 

“Sério?", Sakura riu ainda olhando para baixo, "Tudo bem Sasuke-kun, eu te conheço perfeitamente”.

 

Ao lado de Sakura, rindo assim, aquilo sinceramente, era o único desejo dele. Cada um deles tinha seus papéis de formas diferentes. Sakura era necessária para os aldeões, e Sarada tinha sonhos que só poderiam ser concebidos enquanto ela estivesse em Konoha. Ele não sabia como servir a vila além de ajudar Naruto ao sair em longas missões.

 

Sakura tirou um cartão de Hoshinarabe do bolso. Seis cartas que completavam a carta ‘Terra’.

 

“Agora, vamos pegar essas partículas polares e voltar para casa!"

 

Enquanto ela olhava para as fotos nas cartas, Sasuke de repente chamou sua atenção para o padrão desenhado no verso delas. Uma imagem de um lagarto em cima de uma rocha que lembrava Menou.

 

Aquela imagem também estava desenhada na capa do livro astronômico...

 

“Por que há uma foto de um lagarto?”, Sasuke perguntou.

 

“Não pode haver lagartos nas constelações”, depois de confirmar o desenho na parte de trás da carta... Ah, Sakura acenou com a cabeça, como se estivesse entendendo tudo, “Talvez não seja um lagarto e uma rocha. Mas sim um dinossauro e um meteoro”

 

“Um dinossauro e um meteoro?”, Sasuke ficou surpreso.

 

“Há muito tempo, havia muitos dinossauros por aqui, e a história é que a extinção deles ocorreu devido a uma colisão de um meteoro. Como eram dezenas de milhares de anos atrás, isso não teria nada a ver com o Sábio dos Seis Caminhos”.

 

Falando nisso, o livro que Penjira mencionara também afirmava que fósseis poderiam ser retirados do local.” ...Fósseis? A mente de Sasuke voltou para o segundo porão, as enormes pilhas de pedras. E se aquilo fosse um fóssil de um dinossauro que algum prisioneiro cavou? E se o homem chamado Orochimaru, que pegou os livros daquele país, fosse a mesma pessoa que ele conhecia?

 

Sakura juntou as mãos na frente do peito. Recordando lentamente cada selo, um por um, enquanto verificava as imagens nos seis cartões.

 

Dinossauros sendo destruídos por um meteoro.

 

Fósseis… Galinhas no porão… E a técnica que Orochimaru estudou tanto através dos anos – edo tensei.

 

Sasuke sentiu um tremor crescendo e aumentando dentro dele. E se o objetivo de Zansur fosse ressuscitar dinossauros através de fósseis? Baseado no DNA coletado dos fósseis, os descendentes direto dos pássaros podiam ser sacrificados, e então dinossauros poderiam ser reencarnados. Aquilo era teoricamente possível — os pensamentos de Sasuke estavam começando a interligar todos os fatos.

 

De repente…

 

O céu estrelado subitamente desapareceu do lago. A superfície da água estava vibrando. Quando ele olhou de volta para Sakura, ela terminava de concluir os sinais de selo ao seu lado. A superfície da água brilhava intensamente, e os pilares de luz irradiavam do fundo do lago com um brilho deslumbrante que os fazia manter os olhos abertos. Lentamente subindo no meio do pilar, apareceu um vaso de bambu selado por um amuleto.

 

"Existe uma partícula polar nisso?”, quando Sakura estendeu a mão com hesitação e pegou o amuleto, a coluna de luz desapareceu e retornou à paisagem original. Num curto espaço de 87

tempo em que Sakura tocou a superfície do objeto, rapidamente retirou sua mão, ”Uma tremenda quantidade de chakra..."

 

Apenas tocando levemente, sua pele começou a picar na ponta de seu dedo, perfurando-o. Se você não fosse um ninja habilidoso, não conseguiria colocar aquela quantidade de chakra em um amuleto.

 

Ela não podia se dar ao luxo de abrir o vaso para verificar o conteúdo, mas aquilo provavelmente era uma partícula polar selada pelo Sábio dos Seis Caminhos.

 

Eles finalmente alcançaram o objetivo da missão de obter partículas polares. A cabeça de Sasuke estava cheia de outras novas perguntas.

 

“Sakura, quais são as diferenças entre as características físicas de um dinossauro e um lagarto?”, ele perguntou a ela, de repente, querendo confirmar suas suspeitas.

 

“Eh? Um dinossauro?”, enquanto segurava o recipiente com as partículas polares, ela foi surpreendida pela pergunta de Sasuke, que parecia não ligar para o fato de que eles haviam acabado de descobrir uma partícula polar.

 

"Eu quero saber as características físicas de dinossauros e lagartos"

 

"Oh, bem... A maior diferença entre lagartos e um réptil como um dinossauro é que suas patas traseiras crescem sob o torso. Mas um dinossauro parece ter se desenvolvido como um bípede, mantendo o equilíbrio, movendo o centro de gravidade para trás e para frente”, Sasuke lembrou-se de quando ele lutou contra Menou. Uma figura com um rosto comprido saindo pela frente e correndo enquanto agitava a cauda.

 

Independentemente de como se parecia, a besta era bípede, movendo o centro de gravidade para frente e para trás. Menou não era um lagarto, mas um dinossauro revivido pelos fósseis encontrados na terra. A razão pela qual um genjutsu não fora eficaz contra ele, era porquê Menou já estava sendo manipulado por alguém. Zansur estava coletando fósseis e mantinha galinhas no porão. Ele não iria parar com Menou. Ele pretendia reencarnar mais dinossauros.

 

"Sakura. De volta ao Instituto!”, no momento em que ele havia dito aquilo, o som de um rugido, que parecia tremer até a lua, estava rachando e ecoando ao redor deles. Quando eles olharam para trás, viram todo o laboratório agora cercado por uma fumaça enorme.

 

"O quê? Uma explosão!?”, ela gritou.

 

"Não... É algo diferente”, da fumaça que vinha do solo, criaturas gigantes saltaram uma após a outra em direção ao céu.

 

"Isso é... Um dinossauro!”, Sakura ficou sem fôlego. "Por quê? Eles deveriam estar extintos!”

 

"Zansur reviveu-os com o Edo Tensei”, Sasuke respondeu, agora convicto, e declarando o que ele estava pensando nos últimos minutos.

 

Mas era um pouco tarde demais descobrir aquilo.

 

Zansur já estava usando o jutsu de reencarnação para reviver dinossauros extintos.

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Traduzido por: Luana Rocha - Do Original em Inglês: Bethannie (https://twitter.com/bethannie_rose)

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