Sasuke Retsuden: Os Descendentes Uchiha e a Poeira Estelar - Capítulo 04
Capítulo 04
Como diariamente, os prisioneiros dirigiram-se para o
seu local de trabalho — com os rostos cansados. Todos os dias Sasuke acordava
com o nascer do sol, comia suas refeições e ia para o trabalho, e quando o sol
se punha, depois de terminar o jantar e um banho, voltava para sua cela.
Do lado de fora, isso parecia uma vida sem liberdade,
mas nos momentos de folga do rigoroso cronograma, todos tinham seus próprios
afazeres.
No caso de Penjira, eram seus jogos de azar. Para
Ganno, era desenhar nas unhas. E para Jiji, era brincar de adivinhar os
patrulhamentos diários de Menou.
“É isso ai! Outra vitória hoje…”, as tábuas do chão do
corredor começaram a ranger, Jiji jogou as mãos para o ar e gritou.
"É A DÉCIMA VEZ SEGUIDA!"
"Jiji, sua percepção está ficando cada vez mais
ruim. Faz três dias desde que eu vi Menou à noite“, Ganno disse com as costas
encostadas na parede, sua concentração focada em pintar as unhas. À noite, Jiji
sempre se perguntava se Menou viria ou não para patrulhar o quartel dos
prisioneiros — chegando para manter todos em seus lugares.
Ganno e Penjira prestavam pouca atenção ao recorde de
patrulhamento de Menou. Ao contrário dos guardas que os rostos apareciam em um
determinado horário todos os dias, Menou era o rosto menos frequente.
"Os animais são legais, com certeza. Eu tinha uma
namorada que seu hobby era cavalgar, mas eu não entendo muito sobre isso”,
quando Menou se aproximou da cela, a boca de Penjira começou a cair lentamente
em uma carranca.
Mesmo achando engraçado brincar com Menou, ele odiava
avidamente a visão da besta, "Jiji, você brinca muito com o Menou. Você
não tem medo?"
“Idiota, está tudo bem. A menos que eu não viole as
regras, Menou não vai me atacar”, uma sombra enorme apareceu sobre as lanternas
da cela. Parecia um guarda, mas a enorme figura de Menou se aproximou ainda
mais.
“Olha, vem ver isto”, Jiji pegou um dos galhos de
árvore que Ganno usou para fazer de pincel, colocando-os entre as grades de
ferro, as cerdas na ponta balançando na direção de Menou.
Os olhos da besta se fixaram diretamente nas cerdas.
Olhos amarelos balançando enquanto o ramo se movia.
“Vamos lá", Jiji sussurrou amigavelmente. Menou
aproximou-se lentamente das grades de ferro. Jiji engoliu em seco quando a
ponta do nariz da besta roçou levemente a haste do pincel balançando. Ele meio
que se comportou como um gatinho.
“Ele veio mesmo..." Estupefato e surpreso,
Penjira sussurrou, ”Huh? Por quê?"
"Esse carinha aqui está sempre amontoado sob
aquela árvore, honestamente, eu não acho que ele coma frutas, mas ele sempre
cheira a elas. Acho que ele gosta”, Jiji murmurou enquanto prestava a atenção
em Menou a sua frente.
“Você é insano. Não tem como ele se conter... E eu
gostaria de manter meus braços”, Penjira grunhiu.
“Sasuke, venha experimentar”, Jiji o chamou, animado.
“Eu terei problemas se perder meu braço direito”
“Eu não vou ai”, Penjira disse ao mesmo tempo que
Sasuke, e com um suspiro, Jiji olhou para Ganno.
“Tenho certeza que está tudo bem…”, Ganno se levantou
da cadeira e se aproximou das grades de ferro. Estendendo suavemente seus
braços magros e queimados pelo sol através das aberturas das grades, ele
colocou a ponta do dedo na testa plana de Menou.
Depois de algumas cutucadas com o dedo na pele dura da
besta, os olhos finos de Menou se tornaram grandes e arredondados.
"Ohhhh incrível!”, Penjira estava com os olhos
arregalados de espanto.
"Vamos Sasuke, tente também!”, Ganno o chamou.
"Não, pare com isso”, Sasuke balançou a cabeça
pela insistência de Ganno. Se o lagarto se lembrasse que estava com fome, ele
comeria Sasuke em nome da vingança. Vendo Ganno mexendo com a besta sem nenhum
problema, Penjira se levantou dizendo, "Vou tentar um pouco".
“Vem!”, Ganno deu seu lugar para Penjira. Ele se
encostou nas grades de ferro e estendeu as mãos — os dedos dos pés ligeiramente
para fora da cela.
Simultaneamente, os olhos de Menou voltaram ao normal.
“RECUEM!", antes que Sasuke pudesse se mover,
Jiji, que estava por perto, agarrou o ombro de Penjira e o puxou para trás
quando Menou saltou para frente, batendo nas grades de ferro. Perto de uma das
aberturas das grades, a garra de Menou bateu sobre a lanterna improvisada no
chão.
“GYAA-hnn!", a fera guinchou — o óleo quente da
lanterna havia caído em suas garras. A besta imediatamente virou-se e fugiu
dali. Mesmo com a lanterna quebrada em pedaços, esparramando as chamas, as
mesmas não esquentaram o chão gélido.
Penjira estava caído no chão, ainda sem cor.
“Minha nossa... Isso foi assustador…”, Jiji murmurou.
"Eu era o único que estava com medo, idiota”,
Penjira começou a tremer, e Jiji bateu na nuca, pensativo, "Aquele cara...
Por que ele pularia assim? Ele ficou quieto até pouco antes”
“Os pés de Penjira. Seus dedos saíram da cela”, Sasuke
respondeu, pegando os pedaços da lanterna quebrada. Você é livre para fazer
qualquer coisa antes de ir para a cama contanto que não saia da cela, “No
momento em que você pisou fora da cela, você violou as regras.”
"É-é isso? Como fui permitido de colocar minha
mão para fora, mas meu pé não?"
"Não seria bom que qualquer parte de você saísse
da cela. Mas eu acho que para Menou, seu padrão de 'sair' é seus pés tocando o
chão fora do limite”, quando Jiji explicou, Penjira assentiu.
“Entendo”, ele se convenceu, "Obrigado, Jiji, se
não fosse por você, Menou teria arrancado meu rosto"
“Bem, não me agradeça, a salvação foi o óleo sendo
derramado nas garras dele, porquê aquilo fez ele fugir gritando”
“Deveria se desculpar comigo também, já que
desperdiçou óleo valioso…", Ganno engatinhou sobre o chão, vendo o resto
do óleo que havia sobrado.
Sasuke reacendeu a lanterna com faíscas de Chidori.
Não sendo capaz de enxergar com quase a mesma eficácia caso usasse o sílex para
reacender a lanterna. As pontas da chama laranja cintilaram, o núcleo de óleo
balançando. Chamas remanescentes do fogo, Sasuke pensou em Naruto e na aldeia.
E em Kurama também.
"Vocês fizeram alguma coisa? Ouvimos um barulho
alto”, os guardas vieram para investigar. Os olhos de Sasuke estavam presos nas
chamas, enquanto Jiji e Penjira mentiam para os guardas — fingindo que tinham
acabado de lutar entre si.
Entre as doze constelações, tinha uma fogueira. Estava
em um desenho do mapa astronômico, nas cartas, apenas uma simples fogueira com
chamas que espelhavam os pêlos de Kurama. A forma das chamas queimando pareciam
no formato de nove caudas. Poderia ser? Sasuke piscou, trazendo-o de volta a
realidade. É uma pequena fonte de calor e fonte de luz que se alimentava de
oxigênio e te mantinha vivo. Aquela pequena faísca à sua frente não é a mesma
que a da imagem. Todo fogo é laranja, e esse não seria diferente. É apenas a
reação de combustão da combinação de oxigênio. O fogo não é a única coisa
laranja no mundo que existe.
Talvez a fogueira fosse a imagem da constelação de
setembro? Então, novamente, e se isso não fosse uma fogueira... Mas onde se
encaixava a raposa de nove caudas?
———————-
“Besta de caudas”
Faltando no trabalho, Sasuke se encontrou com Sakura
nas estantes que ficavam no lado oeste dos arquivos.
“…Hein?”, ela perguntou.
Pular qualquer tipo de prefácio ou introdução e ir
direto ao ponto era exatamente como Sasuke fazia. Sakura estava muito
familiarizada com a tendência dele de ser simples e direto, mas mesmo assim,
ela levou alguns segundos para responder — respirando profundamente.
“É o propósito das constelações do mapa astronômico.
Dez das doze constelações representam as bestas com cauda”, ele explicou.
“Hummm”
A besta de uma cauda representada pelo cão-guaxinim
pai e o cão-guaxinim filho que brincavam nas dunas de areia.
O gato que observava a chama da lanterna, era a besta
de duas caudas.
A tartaruga subindo a montanha rochosa, a de três
caudas.
O macaco desenhando no chão, representando a besta de
quatro caudas.
O cavalo branco nadando no mar representava à cinco
caudas.
O sapo e a lesma que saíam do pântano representavam a
seis caudas.
A sétima constelação era representada pelo tronco de
uma árvore.
“A besta de sete caudas era o besouro, Choumei”,
Sasuke colocou o mapa astronômico no pódio para dar uma segunda olhada. Se você
olhasse de perto, veria os besouros no tronco, enxameando ali a seiva que
pendia da árvore.
"Ah, sim. A constelação não representava a árvore
em si, mas os besouros que a enxameavam”, Sakura ponderou.
A vaca representava a besta de oito caudas, Gyuuki,
sendo a mistura de um boi gigante e um polvo. A fogueira com suas chamas
representava as nove caudas. Era como ver as caudas largas de Kurama por trás.
Finalmente, a constelação de outubro — o gigante
nascendo da terra — representando a besta de dez caudas.
"Isso significa que os outros dois são…”
À esquerda estava o homem de cabelos grisalhos
segurando sua bengala e o pastor observando o céu estrelado.
"O Sábio dos Seis Caminhos e o astrônomo Tataru”,
Sasuke terminou o raciocínio de Sakura.
"Muito provavelmente"
Dizem que o Sábio dos Seis Caminhos dividiu o chakra
da besta de dez caudas em nove lugares, separando-as uma das outras enquanto
ele estava à beira da morte, mas isso aconteceu depois do mapa astronômico ter
sido elaborado.
Eles ainda não podiam ter certeza de que os nove
animais nas constelações estavam de fato relacionados as bestas de caudas.
Independentemente disso, parece que o Sábio dos Seis
Caminhos se acrescentou, assim como Tataru, junto dos dez animais de cauda,
propositalmente ajustando o número de ilustrações de dez para doze. O
calendário que eles usavam agora era o mesmo desde o tempo em que o Sábio dos
Seis Caminhos viveu, e estes foram ajustados apenas para o mesmo número dos
meses do ano?
Ou há outro significado para o número doze...
"... Então, Sakura, quais novidades você tem para
mim?"
Sakura levantou o rosto do mapa astronômico, com o
rosto brilhando de entusiasmo.
"Uh, então, eu tive a chance de entrar no
escritório de Zansur hoje. Há um mensageiro da capital que está vindo para o
Instituto”, Sakura continou, “Toda informação que eu tenho sobre os líderes
políticos de Redaku, eu recebi de Kakashi. Eles devem ter colaborado em um
plano com a rainha Manari para travar uma guerra com outro país. Será que o
chefe de Estado está enviando essa mensagem ao diretor? Esta é a nossa chance.
Irei me transformar no mensageiro para encontrar com Zansur.”
———————-
Mais tarde, em frente ao portão principal do Instituto
de Astronomia, Fundaru removeu seu manto sujo. Na frente de seus olhos, uma
alta parede de tijolos estava obstruindo sua visão no portão principal. O
design do portão era interessante para dizer o mínimo.
O lugar era banhado pela luz do sol, que descorava os
tijolos para um cinza opaco, protegido também por camadas de barras de ferro.
Dandelions começavam a florescer ao redor da área, embora a chegada da
primavera não tivesse nada a ver com aquilo. Era deprimente só respirar aquele
ar. O plano de Fundaru era voltar para casa assim que ele transmitisse a
mensagem do Primeiro Ministro.
"Bem-vindo ao Instituto, obrigado por ter vindo”,
Fundaru achou que seria recebido por algum homem forte, mas era uma jovem
mulher que apareceu no lugar. Seu cabelo rosa, parecido com a cor das
cerejeiras, e o tom brilhante de seus olhos verdes fizeram a sensação
deprimente que aquele lugar transmitia desaparecer.
“Ah... Vim da capital de Redaku. Eu trouxe uma
mensagem do Primeiro-Ministro Minoru-sama, para o Sr. Zansur”, Fundaru mostrou
a parte superior de sua bengala para Sakura. Havia uma escultura de um falcão,
o testemunho de uma missão oficial.
"Estamos ansiosos para ouvir você”, Sakura
manteve seu sorriso enquanto continuava, "Obrigado por fazer essa longa
viagem, mas peço desculpas por perguntar, é que Zansur é um homem muito
ocupado. Você poderia falar comigo? Eu tenho um tempo livre convenientemente
neste momento”
“Claro, não é um problema”, guiado por Sakura, ele
entrou no prédio principal.
"A mensagem de Minoru-sama, é sobre o que?”,
Sakura perguntou como se fosse conversa fiada, nem mesmo tentando ser
reservada. Fundaru olhou ao redor antes de falar, "Eu não sei os detalhes
específicos. No entanto, Minoru-sama me disse para falar sobre o
progresso."
"Progresso? O que tem isso?"
"Eu realmente não sei se posso te dizer”, era o
protocolo básico da missão evitar falar sobre a bagagem transportada ou
quaisquer cartas específicas que possam estar transportando.
"Este é seu primeiro encontro com o Sr. Zansur?”,
ela sabia que ficar em silêncio parecia suspeito, então deveria ter cuidado ao
fazer mais perguntas.
"Formalmente, sim. Embora eu o tenha visto várias
vezes em suas visitas ao palácio”, ele respondeu.
“Ah sim... Quando foi a última vez que o Sr. Zansur
visitou a capital?”
"Foi no verão passado. Quando ele foi se
encontrar com o Primeiro-Ministro, Minoru-sama. Minha esposa trabalhava como
uma sacerdotisa do palácio real, e eu estava encarregado de supervisionar o Sr.
Zansur”
Eles caminhavam pelo longo corredor enquanto andavam
sem rumo. Ao entrar em uma grande sala no terceiro andar, o cheiro de poeira
inflou as narinas de Fundaru. A sala provavelmente era para algum estudo de
observação astronômica, o modelo celestial era circundado por uma misteriosa
estrela que circulava em torno de uma outra vermelha central, como um relógio
cheio de engrenagens.
"Mas e então, onde está o Sr. Zansur…?”, a
ansiedade o dominou, Fundaru olhou de volta para a mulher que o acompanhara até
ali.
"Eu vou indo agora"
—TO-N!
Fundaru foi nocauteado.
"Ele deve ficar bem”, Sakura, que parecia com
Fundaru usando um jutsu de transformação, virou-se para olhar Sasuke com a mão
no quadril.
"Agora! Sasuke-kun, é a sua vez.”
“Eu estava indo me transformar também”
“Não vejo plano melhor”, ela respondeu, orgulhosa.
A estratégia era simples. Sakura, fingindo ser o mensageiro
do Primeiro-Ministro, Fundaru, ganharia tempo enquanto tentava extrair o máximo
de informações sobre o intrigante instituto astronômico corporativo e também
sobre o próprio Primeiro-Ministro o quanto possível — isso enquanto Sasuke
investigaria o porão secreto. Depois, eles enviariam Fundaru de volta à capital
para falar sobre seu encontro com Zansur, uma reunião que não passaria de uma
ilusão causada por um genjutsu.
“Afinal de contas, é para isso que o jutsu de
transformação foi feito”, Sakura segurava a bengala que Fundaru trouxera. Seria
melhor se tivesse o tamanho mais próximo possível da altura do Sasuke original,
já que o jutsu consumia chakra para mudar o tamanho.
Mudar para algo inorgânico é mais difícil do que se
transformar em alguém. Sasuke tinha experiência em se transformar em shuriken e
kunai, mas uma bengala era a primeira vez. Valia a pena tentar.
Ele levou um segundo para tocar o material várias vezes,
confirmando a matéria prima que o compunha. Sasuke começou a forjar e amassar
seu chakra.
—POOF
Houve uma pequena explosão. Sasuke substituiu seu
corpo pela bengala, o som da madeira seca rolando ao atingir o chão.
"Está perfeito!”, Sakura pegou a bengala. A
situação era um pouco estranha, mas os preparativos estavam indo bem até o
momento. O resto do plano seria fácil.
Sakura subiu as escadas, imitando os movimentos de
Fundaru, usando a bengala a cada passo. Ela bateu suavemente na porta do escritório
do diretor. Quando Zansur viu o rosto de Fundaru — Sakura transformada — ele o
convidou para entrar sem hesitação. Para Sasuke, que muitas vezes trabalhava
sozinho longe da aldeia, essa estratégia de confiar em parceiros para missões
como essa era refrescante.
Zansur pediu a Fundaru para se sentar na cadeira perto
dele, mas ele se encostou na frente da poltrona. A parte de trás da sala tinha
uma mesa e um design moderno que não era usual para Redaku. Ela verificou todo
o cômodo com seu chakra, pois deveria haver um âmbito escondido atrás do quarto
ao lado do escritório, e naquele local haveria uma porta para uma escada que
levaria ao segundo porão.
"Como está o Primeiro-Ministro? Eu não o vejo a
mais de um ano e meio”, Zansur sentou-se em sua poltrona, relaxado, começando a
trabalhar após pedir para ver o falcão na bengala — certificando-se de que era
o verdadeiro mensageiro do Primeiro-Ministro.
“Ele está bem, assim como a rainha Manari"
"Isso é o que é importante acima de tudo. Eu
penso nisso muitas vezes enquanto estou no trabalho"
Após todo o cumprimento, ele desviou seu olhar para a
janela, "Oh, olhe para isso, parece que começou a chover" , Zansur se
levantou para ver melhor a sua janela. No momento em que ele olhou para o outro
lado, Sakura soltou a bengala sem fazer barulho e o objeto rolou do tapete para
o outro lado do escritório, parando pouco antes da divisão entre o escritório e
o quarto.
“Acho que não está chovendo, mas parecia que sim… Erro
meu”, Zansur se sentou novamente na poltrona. Sasuke se transformou de volta
para si mesmo sem um som ou vibração. Entrando em um ponto cego na borda da
parede, ele adentrou ao quarto dos fundos e examinou a aparência de todo o
cômodo. Uma estante de madeira e uma cama. Ele viu uma porta de bronze embutida
na parede dos fundos.
Provavelmente, essa era a entrada para o segundo
porão, mas infelizmente, se ele ficasse de pé na frente da porta de bronze, ele
poderia ser visto. Sasuke olhou de volta para o escritório.
"A escassez de água na capital, ouvi dizer que se
complica cada vez mais”
"Sim, parece que sim. Embora não tenha tanta
importância assim já que a comida no palácio real é sempre uma prioridade.”
Zansur falava com Sakura, de costas para Sasuke.
Sasuke se moveu para abrir a porta de bronze, exposta na linha aberta da sua
visão. Ele virou a maçaneta na esperança de que Zansur tivesse esquecido
acidentalmente de trancá-la, mas a porta não se abriu.
Não estava dando certo. Talvez pudesse ser aberto à
força.
Havia muitos ninjas que usavam seu ninjutsu para abrir
fechaduras, o método variando de cada um deles.
Kakashi freqüentemente derretia o metal com calor ou
fogo para forçar a abertura da fechadura. Se fosse Shikamaru, uma pequena
sombra agiria como uma chave. Naruto giraria a fechadura com uma rajada de ar.
A especialidade de Sasuke era o estilo fogo. Ele
freqüentemente usava o método de Kakashi, mas decidiu pensar em outra opção. Se
ele derretesse a fechadura, ele deixaria muita evidência. Ele olhou de volta
para Sakura, dando sinal para lhe arranjar mais tempo. Em resposta ao olhar de
Sasuke, Sakura começou a falar de outros assuntos com Zansur.
“Na verdade, Sr. Zansur, já nos conhecemos antes. Você
visitou o palácio real no verão passado. Naquela época, eu o cumprimentei uma
vez"
"É mesmo? No verão passado, foi logo depois da
morte do último rei. A rainha Manari ainda era tão jovem, tenho certeza de que
todos vocês que trabalham para o Primeiro-Ministro devem estar tão ocupados...
Falando nele, vamos ver por que você veio aqui”
“Entendo. Ah, mas tem uma última coisa que eu queria
te perguntar. A sacerdotisa que cuidou de você durante a sua visita, ela era na
verdade minha esposa! Você se lembra de alguma coisa sobre ela?”, enquanto
Sakura ganhava tempo com conversa fiada, Sasuke colocou as pontas dos dedos na
abertura da fechadura e moldou seu chakra, criando uma chave instantânea. Ele
não poderia fazer algo tão complexo quanto as chaves originais. A técnica não
era como fazer um anel, como ele fez para Sakura, pois ele teria que operar
delicadamente seu chakra nas cristas exatas do lado de dentro.
Ele teria que moldar o buraco da fechadura, fazendo
uma chave de terra fria solidificada. Entretanto esse material facilmente
desmoronaria sob qualquer tipo de força se não compactado com sutileza
suficiente.
“Acho que foi uma coincidência que minha esposa
estivesse encarregada de sua visita, Sr. Zansur, fiquei muito grato”
“Por favor, deixe-me saber se há algo que eu possa
fazer por você em troca, mas enquanto isso, vamos ouvir sobre essa mensagem do
Primeiro-Ministro.”
"Sim, sim, você está certo. Me desculpe ter
falado por tanto tempo. Falar demais nesse tipo de trabalho de comunicação
tende a fazer com que o Primeiro-Ministro mostre muito mais compaixão. Acho que
vem da minha infância e educação porque eu cresci em uma casa com seis irmãs.
Minha avó e mãe elas gostam de conversar também...”
“Sr. Fundaru”, a voz de Zansur tornou-se inflexível,
"Deixe-me ouvir a sua mensagem"
“Ah, sim. Tudo bem, está certo." Sakura,
disfarçada de Fundaru, encolheu os ombros.
"Parece estranho, mas me foi dito uma palavra:
progresso. “O progresso está indo bem”... Eu não sei do que se trata tudo
isso"
"Heh, parece que foi o Primeiro-Ministro mesmo…
Está indo bem, sim. Por favor, diga a ele que poderíamos enviar as forças
solicitadas para a capital e para a aldeia de Nagare dentro de algumas horas,
sempre que necessário"
“Entendido, e posso perguntar, quanto é essa
'força'?"
"... Você não é apenas o mensageiro? Esta
informação é altamente secreta. De qualquer forma, Minoru-sama sabe a que estou
me referindo"
Com o tempo que conseguiu, Sasuke conseguiu finalizar
uma cópia da chave. Não tinha tido nenhum problema quando a inseriu no buraco
da fechadura, mas quando ele girou para destrancar, ela se partiu ao meio, se
desfazendo em pó.
Não foi forte o suficiente? Ele se absteve de comentar
enquanto puxava a metade quebrada e começou seu processo de moldar chakra mais
uma vez. Sob tais circunstâncias, ele não podia se controlar ao se sentir um
pouco impaciente. O perigo potencial não o atrapalharia se ele estivesse
sozinho, mas dessa vez ele estava junto de Sakura.
"Eu fiz muitas perguntas... Minhas sinceras
desculpas"
"Não, não, sem problemas. A propósito, Sr.
Fundaru, o que aconteceu com a sua bengala?"
"Como assim?"
"Você não entrou nesta sala com uma bengala? Não
a vejo em lugar algum…", com o chakra transformando-se em terra firmemente
compactada mais uma vez, Sasuke virou a chave. Só que agora, com a confiança de
que a alça da chave quebrada e a parte recém-formada estavam bem unidas. Desta
vez não quebrou, mas... Quando Sasuke foi testar a chave, o som das molas e os
cliques das engrenagens ecoaram.
“Hn?”, Zansur começou a virar a cabeça para olhar para
trás, ouvindo sons de fechadura. Sakura tirou a bengala real de sua capa e com
ela bateu no chão com força.
“Se você estava se perguntando sobre minha bengala,
aqui está ela...”
Sasuke aproveitou a oportunidade de Sakura chamar a
atenção de Zansur para abrir a porta e deslizar para dentro rapidamente. Era
escuro. Estava empoeirado e cheirava a mofo. Ele acendeu uma faísca na mão para
olhar ao seu redor — uma escada se estendia em espiral abaixo de seus pés.
Esta é a entrada para o segundo porão? Ele não tinha
muito tempo. Sasuke desceu as escadas com passos silenciosos. Na parte
inferior, tinha uma porta de ferro que parecia familiar. Destrancando-a com uma
chave da mesma forma que ele havia feito antes, ele gentilmente empurrou a
porta pesada — uma onda de ar frio bateu nele. Ao mesmo tempo, som de asas
batendo podia ser ouvido... Pássaros? Ele foi recebido com o grito de um
pássaro. Eram galinhas. Elas todas se reuniam no sapato e pernas de Sasuke, a
todo momento bicando e balançando suas penas ao redor. Havia quarenta?
Cinquenta delas?
Por que galinhas, em um lugar como este? Ao contrário
do porão espiral escuro e empoeirado com ventilação mínima, este lugar tinha ar
fresco, era um ambiente agradável.
Havia legumes colocados em uma caixa e espalhados
abaixo, aparentavam estar muito mais frescos do que as que os prisioneiros
tinham que comer. Havia também água limpa. Perto de uma parede, rochas
escavadas foram empilhadas. A superfície delas tinham padrões irregulares de
pontos côncavos e convexos, como se alguém estivesse tentando extrair algo
deles.
Quando ele estava trabalhando do lado de fora, ele viu um prisioneiro carregando uma rocha semelhante. Sasuke estava confuso enquanto as penas flutuavam pelos seus pés no porão. Uma tonelada de galinhas, pilhas de pedras empilhadas... O que... O que era esse lugar…?
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